domingo, 7 de fevereiro de 2010

O dia do evangelho criado por um deputado evangelico,patrocinado por evangelicos



Os “digníssimos” deputados – os quais, supostamente, deveriam nos representar adequadamente –, tiveram a “brilhante” idéia de criar uma data comemorativa (como coisa que não tenhamos centenas delas) batizada como Dia do Evangélico!

É, vocês leram certo: Dia do Evangélico. Vamos dar uma lida aqui na íntegra a notícia, e em seguida farei meus comentários a respeito do assunto, já que o André teve um ataque de risos e está incapacitado de escrever sobre este monte de idiotices.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou hoje o projeto de lei 3541/08, do deputado Cleber Verde (PRB-MA), que institui o Dia Nacional do Evangélico em 30 de novembro de cada ano. O projeto não impõe um feriado nessa data. Atualmente, o Distrito Federal e o Amapá consideram a data como feriado.

Aprovado em caráter conclusivo, o projeto seguirá para o Senado, a menos que haja recurso de 51 deputados para que seja votado pelo plenário.

Segundo o autor, o objetivo é homenagear esse segmento, que vem crescendo substancialmente em todo o país.

“De acordo com pesquisas do IBGE, os evangélicos representam hoje 20,3% da população brasileira. Esse percentual corresponde a mais de 34 milhões de pessoas”, afirma. Citando reportagem da revista Veja, ele afirma que o país mais católico do mundo está cada vez mais evangélico.

O coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), comemorou a aprovação e ressaltou que não haverá feriado nessa data, mas um dia para celebrar a espiritualidade de uma parte importante dos brasileiros.

O projeto também colocava a data no calendário oficial do Congresso Nacional, quando não haveria votações, apenas homenagens à religião evangélica. Após debate na comissão, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) considerou inconstitucional a medida e a retirou do projeto.

Então, se entendemos direito, essa data foi criada para “celebrar a espiritualidade de uma parcela importante dos brasileiros”. Vamos analisar isso direito.

Primeiro de tudo, qual a necessidade de se criar um dia para homenagear uma determinada religião? Para fazer o que exatamente? Para os que se dizem evangélicos faltarem ao trabalho? Ou fazerem um culto na igreja para comemorar (como se já não bastassem os cultos que acontecem todos os dias, em vários horários diferentes e em alto e péssimo som - motivo de MUITAS reclamações por violação à Lei do Silencio e Lei dos Crimes Ambientais por poluição sonora). Ou se acharem especiais? Ou que tem um valor a mais em relação ao resto da população brasileira?

Eu quero saber por que é que os evangélicos ganharam um dia dedicado só para eles, enquanto que eu, em minhas pesquisas usando o Todo Poderoso Google, não encontrei nenhuma referência a um Dia do Católico, Dia do Judeu, Dia do Ateu, Dia do Agnóstico, Dia do Budista, Dia do Islâmico, Dia do Animista, Dia do Candomblé, Dia dos Orixás, Dia dos Sikhs, Dia dos Hindus, Dia dos Jainistas, Dia dos Confuncionistas etc. Não vale mencionar o Dia da Consciência Negra, pois é extensivo a qualquer religião, e serve pra fazer a sovciedade meditar sobre os arroubos históricos que aconteceram, reduzindo a participação do negro na sociedade ou quaisquer outros palavrórios desnecessários num país que tem feriados em excesso.

Se algum de nossos leitores encontrarem um desses dias, por favor, avise-nos! Mas tem de ser uma data em âmbito nacional, não um feriadinho municipal em que ninguém dá a mínima importância.

Assim, eu reforço o questionamento: Por que somente os evangélicos?

Só porque os evangélicos tinham um deputado evangélico para ajudá-los (João Campos, da Frente Parlamentar Evangélica - não fiquem pensando que o Estado é laico, como diz a nossa Constituição Federal - e dêem uma boa olhada sobre o que é essa FPE clicando aqui).

Além do mais, também tiveram a ajuda do poder do dinheiro. Como todos já sabem, houve aquele escândalo envolvendo dinheiro e a fé (bem, na verdade, foram muitos escândalos), colocando o “bom nome” (rsrsrs) da IURD na lama (não me lembro se alguma vez já esteve fora da lama), e o destino dos dízimos arrecadados com muito “suor e lágrimas” por parte dos pastores e obreiros no qual são enviados a paraísos fiscais fora do Brasil e sendo reenviados de volta para as contas bancárias dos pastores humildes e modestos, para ajudar em suas “obras”, já que um certo bispo precisa de ajuda financeira para manter o seu bloguinho de 107 mil reais, não é mesmo? Sem contar as inúmeras outras igrejas, que também participam da mesma ciranda financeira, em que cultuam Mammon com toda glória e poder para sempre!

Só falta mesmo uma pequena estátua de Ganesh nas cabeceiras das camas dos pastores, para pedirem a bênção divina de ganhar mais, mais, mais (não confundam com um orgasmo). Não digo que colocam uma pequena estátua de Buda, porque aí precisariam colocar moedinhas em volta, e eles não podem deixar escapar um centavinho, em honra de nóssinhô.

Mas, desviando um pouquinho do assunto, onde exatamente está a “espiritualidade” dos evangélicos? Não é raro que leiamos inúmeras noticias envolvendo escândalos de fiéis depredando centros espíritas ou apresentando intolerância com o candomblé, mulheres enlouquecidas invadindo igrejas para destruírem imagens de santos católicos, desrespeito a quem simplesmente não quis seguir religião nenhuma, pastores que surrupiam símbolos e invenções de outras religiões (menorás, fogueiras santas, copo de água em cima da TV, óleos santos, sessões de desencapetamento - em que o pastor conversa amigavelmente com o “diabo” desencarnado - para entretenimento da platéia crente, arrudas, rosas que murcham, sal para afastar os maus espíritos, etc) e sem contar a falta de criatividade dos mesmos crentes quando inventam as músicas gospel (com as suas bandas de White Metal, Funk Gospel, etc.. com as suas letras de mau gosto e extremamente repetitivas que até fariam o fã mais fanático do Abbas vomitar de tanta nojeira)?

Ou então, qual exatamente a espiritualidade dos evangélicos, em que o que mais se prega é a chamada Teologia da Prosperidade? Aquilo em que o evangélico se sente coagido socialmente dentro de uma igreja (através de olhares feios, recriminação, chamadas por parte do pastor, etc) a dar – por livre e espontânea pressão – um dízimo para a “obra” com a promessa de que o deus evangélico vai dar em dobro (imagino que esse ser deve estar com montanhas e montanhas de faturas para pagar em dobro, e todas devidamente remetidas para o divino arquivo), agüentar músicas altíssimas de rachar os tímpanos (e também dos pobres mortais que tiveram o azar desastroso de morar perto de um templo - ou seriam casas de alvenaria mal-feitas de tijolo e cimento de reboco? Acho que vou perguntar ao pessoal da Renascer), gritaria e algazarras pouquíssimo compreensíveis, recitações incessantes de determinados versículos (e isso as vezes me lembra as crianças fazendo a mesma coisa em madrassas islâmicas - recitando sem parar e sem tempo para pensarem no que exatamente estão fazendo e quando percebem, já é tarde demais, já viraram fanáticos sem mente, uns zumbis), além de repetição ad nauseam de argumentos e falácias para disseminar a ignorância (criacionismo é uma delas, por exemplo).

O melhor de tudo é que Jesus proibia veemente nisso em Mateus, cap. 6 (obrigado, André). Não que eu acredite naquele monte de tolices, mas os evangélicos deveriam cumprir o que a religião deles prega, não é? Se nem eles acreditam nas palavras de seu G-zuis, como esperam que EU acredite?

Sem contar a posição evangélica de discriminação contra os homossexuais. Eles querem ter o direito de discriminar, como já sabem, baseado na “divina palavra” de um deus homofônico, machista, genioso, violento, colérico e até mesmo satânico (quem leu o Velho Testamento, sabe do que estou falando).

A escravidão também era permitida por um “direito divino” e regulamentada pelo “bom livro” em como tratar o escravo (leia-se surrar, humilhá-lo, prendê-lo, vendê-lo), e clérigos de boa fé apoiavam o tráfico negreiro, até que homens de boa vontade se levantaram e lutaram pela liberdade deles (William Wilberforce deu inicio à luta na Inglaterra e depois se espalhou pelo mundo). Hoje em dia, esta imoralidade é proibida em quase o mundo inteiro. Infelizmente, ainda existem rincões obscuros na África, patrocinada por muçulmanos (que alegam ter o mandato do Alcorão para isso, e mostram-se iguais aos cristãos, já que religião é tudo igual). Não vamos nos esquecer que ela foi abolida há pouco mais de cem anos, e que na Guerra Civil Americana, os que mais resistiram contra a abolição da escravatura eram os estados do Sul, que eram os mais religiosos da América (e não deveriam eles ser os primeiros a darem um exemplo humanitário?)… e depois, tivemos o problema em emancipar a mulher… no qual eram contra, por motivos bíblicos. O resto da história já sabemos, não é mesmo?

Onde é que está mesmo a “espiritualidade”? Em um povo evangélico no qual o mesmo IBGE que citam que são 20%, também são aqueles que possuem a maioria de seus membros nas classes D e E na escala social brasileira, são os que possuem a menor renda per capita (comparada com os membros de outras religiões), além de menor taxa de escolaridade E para piorar, são os que mais dão dízimos… em comparação com as demais religiões. As populações carcerárias são, em sua maioria, de religiosos; haverá alguma relação nisso? Eles se converteram lá dentro? Mas muitos são reincidentes. Como fica?

E só para apimentar mais um pouquinho, basta consultarem os sites jurídicos e pesquisarem por casos de intolerância religiosa, e verão que os evangélicos são réus na esmagadora maioria dos casos ocorridos no Brasil, como pode-se notar nos links que colocamos acima, publicados por nós e devidamente embasados com fontes.

E que retorno tiveram ? Isso, meus leitores, cabe a vocês mesmos decidirem!

Quem domina os fundamentos de estatística sabe muito bem que crescimentos que começam a partir de uma base pequena são sempre exponenciais no começo, mas depois de algum tempo, arrefecem e estagnam dentro de um determinado patamar. Por isso, não dá para levar a sério a afirmação da VEJA que alega que os “evangélicos serão metade da população”, porque o mesmo IBGE já identificou sinais de arrefecimento do crescimento populacional dos evangélicos (que só crescem de um grupo religioso já existente e isso significa que não existem conversões espontâneas do nada), e esperemos por novidades no Censo de 2010! Aliás, o que é a VEJA? Um lixo peseudointelectual, lido por mentes tacanhas, metidas a intelectuais, mas que são mesquinhas, tolas e completamente desajuizadas, que acreditam em qualquer besteira sem questionar.

Azar o dela, aqui questionamos, E MUITO! Querem questionar o nosso site? POR FAVOR, FAÇAM ISSO! Questionem, busquem fontes, estudem, dialoguem conosco. Mas sem proselitismo de igreja de portinha. Com ebasamento e estudfo, estamos sempre prontos para um bom debate.

Agora, por um acaso vocês sabem qual é o grupo que mais cresce no Brasil, em termos brutos? O grupo dos sem-religião! Pessoas cansadas de ver o mundo desse jeito e olham pra cima se perguntando qual o significado de tamanha intolerãncia e desavença entre as pessoas. Eu nunca permitiria que meus filhos brigassem entre si. Apartaria-os na hora e faria com que eles entrassem em acordo sem briga ou dor. Serei melhor que um deus tribal da Idade do Bronze? Acho que sim…

Então, uma vez pergunto… para que mesmo o Dia do Evangélico? Não vamos nos esquecer de que o Estado é laico, segundo a Constituição Federal. E se há um dia para esta classe de religioso, então vamos propor que TODAS as religiões também tenham o seu dia para garantir o principio de igualdade e isonomia para todos. Dia do Evangélico pra deputado vagabundo não trabalhar é o cúmulo da cara-de-pau; mas não devemos esquecer do que os parlamentares fazem. Algo semelhante ao que meu cachorro deixa na calçada!

E não nos interessa se os evangélicos vão choramingar ou fazer carinha de contrariado com as nossas exigências de direitos iguais, deveres iguais, em estrita obediência às leis de nossa sociedade civil.

E porque não um Dia do Capeta? De preferência, no dia 1 de dezembro. Só para homenagear um velho ditado:“Uma vela para o santo e outra vela para o Diabo”

Afinal, a CF me garante rezar pra quem eu quiser. Por que não pro Chifrudão? E vocês, evangélicos, terão que ME respeitar e respeitar a crença que eu tiver, seja ela qual for.

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